AZUL + TRIP, UMA PEQUENA COM POTENCIAL DE GRANDE

Na semana passada este blog informou, junto com a imprensa nacional, que a Azul , criada há 4 anos e a Trip já com 14 anos, haviam decidido somar seus potenciais, numa fusão que criou a terceira maior empresa aérea nacional, já com  14,23% do mercado doméstico no final de abril, cujo nome/marca ainda não foi divulgado. A presença no mercado representa um começo positivo, considerando que as empresas novas em geral são debutantes e iniciam suas atividades da estaca zero.

Outro elemento importante desta união é o fato que apenas  em 15% dos destinos operados atualmente pelas duas empresas existe sobreposição de voos, além de haver presenças destacadas de ambas nos slots de Belo Horizonte e de outros aeroportos menores.Mantendo as sobreposições mais importantes ,o aumento do número de frequências da nova "Azul Trip S.A." poderá ser particularmente positivo para a sua participação de mercado. Em princípio foi dito que a nova malha será otimizada, incluindo um total de cerca de 96 destinos ( dos 132 atualmente servidos) , representando a operação de pouco mais de 800 frequências diárias. Por isso, o número de funcionários não deveria permanecer em volta dos 8,7 mil anunciados, que é a soma exata dos atuais 5 mil da Azul, mais os 3,7 mil da Trip,apesar da declaração de ambas de que não haverá demissões. Da mesma maneira é previsível um reajuste na composição da frota,facilitado pelo fato que ambas operam um total de 112 jatos Embraer e  ATR, dos quais alguns são de modelo já superado, sendo que a Azul continua recebendo em média mais de um Emb 190 ou 195 por mês. 

A operação conjunta, cuja projeção de faturamento para este ano chega a R$ 4 bilhões, começará tão logo a fusão seja aprovada pela Anac e pelo Cade. Ela criará uma holding representada por 67% de acionistas da Azul ( com 20% do  grupo Bozano Simonsen e valores menores do Texas Pacific Group e Gavea Investimentos)  , sendo que parte do restante 33% ficará com o grupo Águia Branca e, em maioria ,com as famílias Caprioli e Chieppe, controladoras da Trip e que recentemente recompraram o 26% de participação que a Skywest americana detinha na aérea.O fundador da Azul, David Neelemn, será o presidente do novo Conselho de Administração, que incluirá mais três acionistas da Azul, três da Trip e outros três conselheiros independentes.