domingo, 17 de junho de 2012

AUMENTO DA INADIMPLÊNCIA REDUZ NÚMERO DE EMBARQUES

A euforia de 2011 fez viajar no Brasil e para o exterior também quem não poderia,graças aos créditos concedidos com abundância por bancos, agências de viagem e companhias aéreas.Era a classe C ao ataque do nível superior, contaram alguns jornalistas mais afobados,enquanto os economistas que não se deixaram empolgar pela avalancha consumista registraram os riscos representado pela avançada de milhões de pessoas para a classe B, com o auxílio de um mercado aberto demais ao crédito.Não havia limites no número de prestações, que especificamente no setor aéreo chegaram a 30 ou mais :havia chegado a hora de facilitar ao segmento doméstico ( e internacional) o prazer desconhecido de uma viagem.E deu no que deu: cresceram os números de embarques,dobraram os gastos no exterior e ,no começo deste ano ,os bancos admitiram que os créditos concedidos em 2011 não pagos no vencimento, totalizavam mais de 20 bilhões de reais, sendo que no setor de turismo os cheques sem fundo pré-datados, em algumas operadoras haviam aumentado para uma média de até 2,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior .O valor da maioria dos cheques devolvidos é inferior a R$ 500.
Entretanto a conjuntura internacional se agravou e , supostamente para reduzir seus efeitos sobre a economia brasileira, o ministro da Fazenda concedeu facilidades para aumentar as vendas e a concessão de empréstimos.Essas medidas estão tendo resultados práticos muito modestos , sendo até criticadas por alguns economistas.
Com restrições de crédito de parte dos bancos, que atualmente raramente aceitam parcelamentos por mais de 12 meses, com as tarifas aéreas sem as facilitações que as empresas concediam em 2011,em épocas de guerra tarifária ( à qual Tam e Gol atribuem parte da culpa pelas perdas acumuladas de R$ 1 bilhão) as estatísticas do tráfego doméstico já perderam a esperança de registrar um crescimento em volta de 10% sobre os dados de 2011.
Menos crescimento, num período tão difícil pela economia do país e global, não é o fim do mundo. Afinal a indústria não podia pretender que seus embarques aumentassem todos os anos até acima de 20%.O pior da nova conjuntura da aviação nacional está nas demissões já efetuadas de centenas de comissários, de pilotos e e de trabalhadores de terra, que estão pagando pelo excesso de optimismo das empresas que os contrataram.Sem contar as demissões que virão após as fusões Tam/Lan e Azul/Trip, que também exigirão cortes. Sem demagogia, deve ser assinalado que na aviação, como nos restantes segmentos da economia a história capitalista é sempre a mesma : quando tudo vai bem os acionistas são felizes, mas em época de crise são os que mais contribuem para os lucros das empresas que por primeiros perdem os seus salários.

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