Agora que o novo governo da Itália decidiu lutar de verdade contra as evasões fiscais, a estimativa anterior de que o valor anual não declarado estivesse em volta de 140 bilhões de euros parece inferior ao real, devido ao grande número e ao amontar dos casos detectados até este final de março.
O governo do ministro Mário Monti mandou fazer no final de 2011 as primeiras "incertas" através da 'Guardia' de Finança, parando os carros de luxo e pedindo aos seus proprietários dados sobre as respectivas declarações de renda.O controle dos valores evidenciou que numerosos donos de Ferraris ,Lamborghini e outros carros de luxo haviam declarado rendas anuais que não davam nem para pagar a primeira parcela da compra de um desses veículos . A seguir os controles se estenderam às lojas mais caras, para verificar se emitiam os recibos de suas vendas : o número de irregularidades descobertas foi também elevado.
Num chamado dossier publicado pelo diário romano "La Repubblica" de hoje, pode ser lido que mais de 600 mil são os italianos que tem patrimônios acimas de 500 mil euros, mas são apenas 30.590 os que declaram rendas acima de 300 mil euros.Os 10% mais ricos detêm cerca de 44% das riquezas do país: eles possuem um total de cerca de 100 mil barcos de luxo,com 10 ou mais metros de comprimento, 595 mil "supercars" , 518 helicópteros particulares, sem contar os depósitos em geral abertos em bancos suíços ou de outros países que garantem o anonimato.Entre as declarações de 2011,cuja entrega foi encerrada ontem,além do 0,07% de honestos, que declararam rendas acima de 300 mil euros,muitos dos 811 mil que possuem investimentos em ações até 1 milhão de euros se omitiram .Sem contar os proprietários das 180 mil Mercedes,BMW e Audi, das 620 Ferrari e 151 Lamborghini, escassamente representados pelos já citados 30.590 contribuintes que declararam rendas anuais acima de 300 mil euros.
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