domingo, 18 de março de 2012

GOL EM CRISE REDUZ TAMBÉM SEUS QUADROS DE AERONAUTAS

Já se passaram alguns meses, desde que a Aeroconsult publicou um texto no qual evidenciava que a Gol estava com uma frota excedente suas necessidades operacionais.Em troca recebemos vários e-mail de crítica a essas informações "sem fundamento", pois somente a própria empresa poderia ter conhecimento do fato e, nesse caso, não teria motivo para esconde-lo.
Na realidade não era mistério que a Gol havia suspenso o recebimento de várias aeronaves da Boeing e que outras unidades estavam paradas.A crise de 2008 havia passado quase desapercebida pela administração de empresa,cujos planos de expansão não realizada,haviam previsto a necessidade de mais aviões.De outro lado o crescimento do tráfego doméstico e sul-americano representava a possibilidade de utilização de parte dos aviões excedentes : mas a participação da Gol nas rotas do país encolheu e,para completar,houve a necessidade de reformular vários voos,nos quais as empresas menores,com destaque para a Azul, estavam absorvendo parte dos usuários, que tradicionalmente costumavam embarcar nos aviões da Gol e da Tam.
No segmento internacional, as frequências para o Sul eram disputadas por quatro empresas, mais numerosos voos charter, e ofereciam margens de lucros modestos, condicionados a índices de aproveitamento elevados e contínuos.Na América Central a demanda estava abaixo da oferta e a competição reduzia a rentabilidade.
Assim mesmo a Gol foi surpresa pelos balanços anuais, piores dos previstos e atribuídos como sempre, em particular, ao aumento do preço do combustível .
Por isso, em 2011 a aérea de Constantino Jr. cortou de sua folha de salários 1.100 aeroviários e vários executivos e acaba de anunciar que desde este mês está aberto um programa de licença não remunerada dedicado a 120 pilotos e 100 comissários, que ficará em vigor por 12 meses.Na falta de adesões a essa forma de licença sem vencimentos, haverá demissões.A Gol esclarece que o programa, que não conta com o apoio do Sindicato Nacional dos Aeronautas, foi adotado para compensar os "´períodos de baixa demanda", mas não explica porque ele terá a duração de um ano,incluindo alta,média e baixa estação.Na realidade a empresa parece ter perdido o rumo certo, pois não se entende por qual exigência - se estava com aeronautas em excesso - contratou em 2011 nada menos que 232 copilotos e promoveu 182 comandantes.
Na empresa sabe-se que houve redução da malha aérea doméstica e que os projetos de eventual expansão em rotas para o exterior vão exigir vários meses para serem definidos. O balanço de 2011, que ainda não foi publicado, (mas o do terceiro trimestre registrou prejuízo líquido de R$ 516,5 milhões) deve ter sido o sinal de alerta que mais preocupou a aérea. Como sempre acontece nas companhias aéreas, a Gol achou necessário cortar  parte da despesa com os salários, mas após feitos os cálculos também se preocupou com o fato que a dispensa dos pilotos, além de representar uma perda bastante elevada devido aos investimentos feitos - pois o treinamento de cerca de seis meses de cada um deles custou em média R$ 50 mil - exigiria o pagamento dos direitos trabalhistas, também bastante onerosos.E foi a opção "stand-by" que acabou sendo oferecida.
Tudo indica que o problema surgiu de um erro de previsão da expansão do número de voos, atualmente em volta de 920 ao dia, que provocou afobadas encomendas de novas aeronaves ,que agora terão a entrega atrasada ou serão em parte repassadas à Webjet, a empresa "pára-raio" que a Gol está absorvendo, para se defender da concorrência de outras aéreas menores nas rotas médias e curtas de sua malha aérea.

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