sábado, 3 de março de 2012

LUCRAR,ANTES DE MAIS NADA

Na atual conjuntura, um consistente segmento de cidadãos pertencentes às classes menos favorecidas, tem registrado melhorias em seus modus vivendi.Alimentação,moradia,diversões,viagens aéreas.O governo enfatiza com satisfação essas conquistas, mas não podia ignorar que vários segmentos das classes mais abastecidas tem tido nesta última década conquistas bem mais valiosas e, em certos casos,sem grandes esforços : por exemplo, um grande número de empresas nacionais e estrangeiras,aqui instaladas, estiveram contratando no exterior empréstimos a 1% ou 1,5% ao ano, que traziam para o Brasil para aplica-los no mercado financeiro a juros de 10,5%, valor atual da chamada taxa Selic.
Há anos que os dólares chegam,abarrotam o mercado brasileiro,pressionam para baixo a cotação da moeda americana, afetam as exportações do país e obrigam o governo a gastar suas reservas para manter a taxa de cambio em volta de R$ 1,70.E não eram somente as empresas nacionais que lucravam nessas manobras: até a Coca-Cola admitiu há dias que mantem 30% do seu caixa em investimentos no Brasil,recebendo deles juros muito elevados.
Tudo isso é causado pela Selic,pois uma taxa de juro oficial de 10,50% é a mais elevada do mundo, e estimula a vinda de moedas estrangeiras , se locupletando aqui só com o diferencial que existe em relação à taxa de seus países de origem.O problema ficou ainda mais grave na semana passada, depois que o Banco Central Europeu , para aliviar o aperto financeiro de vários países da União,decidiu oferecer aos 800 bancos da Zona empréstimos por três anos que totalizam 530 bilhões de euros,a taxas de juros mínimas.A ameaça logo detectada foi de que muito desse dinheiro,entregue pelos bancos às empresas que o solicitam , ao invés de ser aplicado em iniciativas nacionais de desenvolvimento seja transferido para o Brasil e aplicado no mercado financeiro.
Muito oportuna, mas talvez precisando ser complementada, foi a medida cambial anunciada na semana passada pelo governo brasileiro, que elevou de 6% a alíquota do IOF ( o imposto sobre operações financeiras) para empréstimos externos,inclusive intercompanhias.O lucro final,descontado o 6%, e o vinculo por 3 anos,minimizam e até criam algum risco para esse tipo de aplicações.Sem contar que, se a taxa Selic continuar baixando,o diferencial de juros perderá todas suas tão decantadas e aproveitadas vantagens.Nota 10 para o ministro da Fazenda.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário