A decisão da Gol de oferecer a seus aeronautas e aeroviários um ano de licença não remunerada é justificada como uma ocorrência sazonal , sem reconhecer que decorre em parte de uma previsão de crescimento mal planejada, que aumentou além do necessário as contratações de novas aeronaves e de tripulantes para faze-las voar.Além disso, a sua justificativa oficial da atual opção pela formula "licenças não remuneradas" para acompanhar o período de baixa demanda,que exige menos voos e portanto menos tripulantes, está em contraste com o fato que os afastamentos terão a duração de um ano, incluindo portanto também os períodos de férias e os meses de procura mais elevada.Na realidade o problema está sendo divulgado apenas neste final de março, pois segundo informações confidenciais a empresa estaria demitindo desde o início do ano uma média de cinco funcionários por dia, mais do dobro do número admitido pela Gol. O seu atual recurso à licença remunerada para cerca de duzentos entre pilotos e comissários, seria uma formula para ganhar tempo,e para não pagar de imediato as liquidações devidas em caso de demissão.
Do ponto de vista operacional, o afastamento planejado de funcionários - de um número total de contratados em volta de 6.000,incluindo 1.800 pilotos - representa uma redução de custos que provavelmente, se a crise global afetar o tráfego aéreo no país, poderá exigir também a devolução de vários Boeing.
Sobre a situação financeira da Gol ,até o momento se sabe com certeza que em janeiro passado a aérea registrou uma redução da demanda de 1,78% em comparação com o mesmo mês de 2011,enquanto no período aumentava a oferta de assentos de 6,89%, na esperança de captar mais embarques domésticos, pois esse mercado continua crescendo.O fato teria confirmado as dificuldades que a empresa enfrentou no quarto trimestre de 2011,quando segundo informações ainda não confirmadas, ela registrou prejuízo líquido de R$ 177 milhões (contra um lucro de R$ 132 milhões no mesmo mês do ano anterior).Sabedores de que até o terceiro trimestre a Gol acumulava prejuízo líquido de R$ 843,2 milhões,é grande a expectativa dos acionistas pela publicação do balanço do inteiro 2011, anunciado para amanhã,dia 26.As medidas tomadas pela administração teriam o objetivo de adiantar mudanças capazes de inverter esse trend negativo.
Entretanto o prazo para a adesão do plano de licença remunerada foi prorrogado de 16 de março para 30 de março,face ao número ainda modesto de adesões e às dúvidas que surgiram em relação à sua legalidade trabalhista.Se trata de uma alteração no contrato de trabalho que, segundo analistas, pode ser adotada somente por solicitação do funcionário,atendendo o seu interesse e não aquele da firma contratante.Se aceito pelas partes o Plano permite que o funcionários trabalhe em outra empresa, mas não garante sua estabilidade após completar um ano de vigência.
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