quinta-feira, 31 de maio de 2012

BENS DA VARIG VÃO A LEILÃO

O patrimônio da Varig continua sendo leiloado.Entretanto o problema dos fundos necessários para pagar os aposentados da empresa é objeto de frequentes carinhosas referências no Senado, onde periodicamente é lembrada a triste história que levou o Aerus a suspender seus pagamentos,para depois reinicia-los com valores bem reduzidos para os aderentes ao Plano I.
 Enquanto isso já se estende por mais de 6 anos e já assinala cerca de 650 decessos entre os aposentados com mais anos de idade e menos recursos financeiros,quem deveria tomar as indispensáveis providências para resolver, pelo menos em parte, esse grave problema social, continua se ocupando de outras questões, em maioria de natureza política, dando especial importância e prioridade às ocorrências que envolvem parlamentares e outras autoridades ,que perderam a vergonha na administração dos bens públicos.
Comparados com os bilhões que estão sendo investidos para hospedar congressos internacionais para proteger a natureza,campeonatos de futebol ou jogos olímpicos, os R$ 18 bilhões que, com mais de uma década de juros, totalizam as dívidas da "velha" Varig com o governo, vão rolando de um setor governamental para outro na espera de que - com a venda dos bens que empresa capitalizou sem nenhuma ajuda das autoridades - sejam um dia liquidados diante do emérito Juiz Luiz Roberto Ayoub,da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
O próximo capítulo da "liquidação" esta marcado para 28 de junho e será realizado no Rio. Após cuidadosa seleção, Jaime Canha gestor judicial, juntou 29 imóveis que pertenceram à Varig, para que sejam vendidos nesse primeiro leilão: eles são localizados em 13 cidades, entre as quais se destacam pelo valor aqueles localizados em São Paulo, na avenida Paulista (dois conjuntos de salas cujo lance inicial foi fixado em R$ 7 milhões), vindo depois com valores decrescentes um terreno em Brasília (R$ 5 milhões),uma loja no Rio,na avenida Copacabana (R$ 2,5 milhões) e imóveis menos valiosos em Belo Horizonte,Salvador,Recife e Fortaleza.Dois outros leilões foram programados:o primeiro em agosto oferecendo carros e outros bens móveis, o segundo entre outubro e novembro, no qual serão oferecidos mais imóveis, escolhidos também do total de 130 que a Justiça identificou, após a decretação da falência da aérea,oficializada em agosto de 2010.
É oportuno evidenciar, que na lista dos credores o governo ocupa o primeiro lugar: ele verificou, após meses de cálculos confiados à AGU (Advocacia Geral da União) que era inconsistente a pretensão da Varig de ser ressarcida pelas perdas ocasionadas pelo congelamento tarifário decidido pelo governo Collor, pois suas dívidas acrescidas de juros com o Receita Federal eram superiores ao valor que estava sendo reclamado pela empresa.E na lista dos credores, além da Receita Federal se encontram bancos, fornecedores e os ex-funcionários da aérea demitidos mas não indenizados.
A este ponto, somente uma decisão favorável à Varig,aguardada há anos, confirmando a responsabilidade da União no pagamento das aposentadorias, que deveria vir do Supremo Tribunal Federal ,poderia alterar a
cruel rotina dos insuficientes pagamentos mensais que dificultam a sobrevivência de cerca de 7 mil aposentados e suas famílias.

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