Quem lê as estatísticas dos embarques do Brasil para o exterior, se não presta atenção à frase "nos voos operados por companhias brasileiras" cai no equívoco de pensar que o 90,3% desse mercado, atribuído à Tam no mês de março,representa o domínio absoluto da empresa brasileira no tráfego para outros países.Na realidade, a participação da bandeira brasileira nesse tráfego diminui em continuação, ao mesmo tempo em que aumentam as frequências de empresas estrangeiras,em maioria americanas e europeias.Quanto ao restante modesto 9,70% atribuído à Gol,lembrando que ela herdou o amplo network que pertencia à Varig, bem dá uma ideia da urgência que pressiona a aérea de Constantino Jr. de estruturar serviços para o exterior para melhorar suas receitas,sendo confirmado que em 2011, apesar de suas insuficiências, a Tam evitou um prejuízo maior somente graças à contribuição de seus voos internacionais.
Na analise dos dados atribuídos à Tam , considerando que tem aumentado o número de companhias e de voos de/para o Brasil e que o tráfego não deixa de crescer, fica evidente que a participação do usuário brasileiro nas aeronaves do país tem diminuído, em particular nas operações para os Estados Unidos.Com um aproveitamento relativamente modesto que em março chegou a 77,15%,além de não utilizar nem a metade das frequências previstas pelo acordo com os americanos,em parte por falta de aeronaves,a atual performance internacional da Tam revela sua incapacidade de se projetar entre os agentes de viagens do exterior e o domínio das congêneres europeias e americanas no mercado nacional.Quanto à Gol, que segundo as estatísticas da Anac, na comparação com o mesmo mês de 2011 perdeu em março 21,12% da demanda por seus voos na América Central e do Sul ,já não são suficientes os code-shares que assina com as congêneres , mas é urgente uma sua virada para uma estrutura internacional,na qual a Delta americana poderá ter um papel dominante.O início de seus voos para Miami poderia ser o primeiro,tímido sinal dessa reviravolta.
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