domingo, 27 de maio de 2012

OTIMISMO DO BANCO CENTRAL MINIMIZA OS EFEITOS DAS CONTAS EXTERNAS NEGATIVAS

Em entrevista ao jornal "O Globo" de sexta-feira passada, Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, afirmou:
"A situação da Europa não é completamente imprevisível.Obviamente que é sempre uma boa filosofia esperar o melhor e se preparar para o pior. Acho que o Brasil está muito bem preparado para enfrentar cenários adversos.Melhor do que estávamos em setembro de 2008. Tínhamos US$ 205 bilhões de reservas internacionais e hoje temos US$ 370 bilhões. A liquidez em reais (valor dos depósitos compulsórios) era de R$ 270 bilhões,hoje temos mais de R$ 400 bilhões. A própria relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto,soma de bens e serviços produzidos no país) é menor : está na faixa de 36% e vem caindo".
De outro lado, os dados oficiais do Banco Central sobre os investimentos estrangeiros diretos, registraram em abril queda em relação ao mesmo mês do ano passado: US$ 4.7 bilhões,contra US$ 5,5 bilhões.No primeiro quadrimestre o total das entradas chegou a US$ 19,6 bilhões, mas o BC manteve a previsão de ingressos de US$ 50 bilhões em todo 2012. Menos favorável se apresenta a conta das transações correntes, que fechou o quadrimestre no vermelho em US$ 17,5 bilhões, tendo registrado em abril o maior deficit (US$ 5,4 bilhões) desde 1947.No mesmo período, apareceu um importante indício de que a crise atingiu as atividades econômicas das empresas estrangeiras : houve a redução comparativa de 44% no valor das transferências das empresas multinacionais que operam no  país, que totalizaram nos primeiros quatro meses do ano US$ 5,9 bilhões.
Em abril, os gastos dos turistas brasileiros no exterior foram menores daqueles de 2011, com US$ 1,8 bilhão, valor inferior em 7,5% ao US$ 1,95 bilhão do mesmo mês do ano passado, mas superior ao registrado em março ( US$ 1,62 bilhão).Segundo analistas, a valorização do dólar estaria relacionada com a leve redução dos gastos dos turistas, que em 2010 e 2011 haviam alcançado os maiores valores de sua história,superando respectivamente os US$10 e US$ 20 bilhões.Mas a razão principal da nova possível tendência, segundo os bancos, seria decorrente das maiores dificuldades que os viajantes que se agregaram à classe C estão tendo para obter os financiamentos aos quais tem recorridos no passado, inclusive para o pagamento parcelados dos "pacotes" aéreos.

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