terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

QUANDO O BRASIL TERÁ SEU BEPPE GRILLO ?

Beppe Grillo,um nome novo de um cidadão qualquer,que demoliu na Itália a fortaleza dos políticos profissionais, os que se lixam dos problemas de seus eleitores,e prometem sem nunca cumprir as promessas feitas.Será que um dia esta limpeza acontecerá também no Brasil ? Não custa sonhar. Eis a tradução de alguns dos comentários do jornalista Massimo Gramellini ,publicados no prestigioso diário italiano "La Stampa": "O que é certo, nestas eleições, é que Beppe Grillo venceu por uma diferença considerável. As urnas produziram uma enorme revolta contra as elites. Pelo menos um em cada quatro eleitores votou na lista do comediante barbudo, que foi poucas vezes anunciado nos institutos de sondagem, também eles considerados como fazendo parte da elite. E não se pode reduzir tudo a uma questão de estômagos, apesar destes estarem tanto revoltados como vazios. Esta atitude esconde sentimentos, não apenas ressentimentos. Também há a esperança de que os parlamentares do Movimento 5 Estrelas [o partido de Grillo] sejam diferentes, que em vez de encherem os bolsos passem a ouvi-los: os outros não o faziam. É como se, a partir de milhares de secretárias, se tivesse ouvido o grito de milhares de almas solitárias conectadas entre elas por uma ligação de Internet. Uma emoção virtual que, com o tempo, se tornou uma manifestação de protesto que reúne indivíduos que se consideram incompreendidos e dominados por uma sombra surda de tantos centros de interesse: a classe dos políticos, jornalistas, banqueiros e favorecidos. Cada membro da comunidade de Grillo tem uma história e um fracasso diferente: há o que perdeu ou nunca arranjou emprego, ou não tem confiança no futuro, no Estado e nos organismos intermediários, como os partidos e os sindicatos. Não odeiam a política, mas os que a exercem nesta área há demasiado tempo, sem ter o mínimo de competência e autoridade moral. Estas almas solitárias desoladas nunca receberam qualquer atenção, Grillo fez com que isso mudasse. Primeiro com um “vaffanculo” [“Vai-te lixar” – “fuck you”], depois, com uma série de propostas concretas e uma boa dose de utopia. Desenhou paisagens que cada um coloriu ao seu gosto........ Os profissionais da política não souberam, ou talvez não puderam, oferecer uma alternativa. Bastava implementar algumas reformas a nível interno, nem que fosse apenas por dignidade: uns cortes nas despesas e no número de parlamentares, uma campanha eleitoral que não falasse apenas de montantes, mas também de questões relacionadas com o ambiente, a vida, o futuro......... "

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