sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

NASCE NOS EUA UM NOVO COLOSSO AÉREO

A American Airlines e a US Airways se uniram,criando a maior companhia aérea do mundo : seu valor de mercado chega a US$ 11 bilhões e suas receitas operacionais combinadas totalizaram em 2012 US$ 38,2 bilhões. A empresa, que manterá o nome de American Airlines ,possui atualmente 1,5 mil aeronaves (mais cerca de 600 novos aviões encomendados),cerca de 100 mil funcionários e ,após concluída a fusão prevista para o terceiro trimestre deste ano, poderá operar 6,7 mil voos por dia.A negociação foi concluída na noite de 13 de fevereiro com a aprovação unanime dos conselhos de administração das duas empresas, mas devido ao fato que a American se encontra desde novembro de 2011 em concordata (que nos Estados Unidos é chamada de "Chapter 11 bankruptcy protection") a fusão deverá ser avaliada pelas autoridades antitruste e pela Justiça americanas,sendo previsto que não haverá restrições. Os credores da holding da American, a AMR, terão 72% das ações com direito a voto (ON) da nova empresa, incluindo uma parcela de 23,6% para trabalhadores e sindicatos de funcionários da American. Os acionistas da US Airways terão os 28% restantes.O CEO da nova American será o atual presidente da US Airways, Doug Parker, enquanto a chefia do conselho de administração ficará com atual CEO da American, Thomas Horton. Com esta fusão os Estados Unidos ficarão com apenas três empresas "full-service international", ou seja a metade daquelas que operavam para todos os destino do globo há cinco anos, depois que será concluída a união da US Airways com a Continental Airlines e com a Northwest Airlines. Em relação ao Brasil, a American é atualmente a aérea com maior numero de voos,chegando a 102 por semana (40% do total),enquanto a Tam, única representante brasileira detêm 30% do mercado entre Brasil e Estados Unidos. A América Latina, especialmente o Brasil, são peças fundamentais na estratégia de expansão da nova American, disseram ao Valor o vice-presidente da American para América Latina e Caribe, Art Torn, e a vice-presidente da US Airways, Madeleine Gray. "Acreditamos que a fusão e a nossa malha de voos com a fusão nos permite atender mais passageiros e ter um crescimento agressivo. Nosso foco não é apenas o mercado doméstico mas o mercado global também", disse Torn. "O impacto [da fusão] só pode ser positivo porque a American tem uma grande presença na América Latina e estamos felizes por fazer parte disso", acrescentou Madeleine. Já especialistas de aviação não enxergam significativo impacto na América Latina. Para eles, a fusão é uma alternativa para ganhar escala e competir com as rivais, que já protagonizaram processos de consolidação. São fusões como as protagonizadas entre United e Continental, Delta e Northwest, Southwest e Air Tran. "Com absoluta certeza, foi um negócio voltado para o mercado americano, onde as duas se complementam. A US Airways é forte nas regiões nordeste e sudoeste", disse o especialista em aviação americana e sócio-diretor da consultoria Alvarez & Marsal para a América Latina, Luis de Lucio. O professor de transporte aéreo da Escola Politécnica da UFRJ, Respício Espírito Santo, afirmou que a negociação foi uma questão de sobrevivência. "É uma fusão muito mais de sobrevivência do que de realinhamento estratégico. As duas precisam ficar maiores, mais densas, porque as concorrentes estão muito maiores", afirmou. Torn, vice-presidente da American, lembrou que o acordo de compartilhamento de voos ("codeshare") com a TAM Linhas Aéreas será importante para melhorar a qualidade e capilaridade do atendimento dos passageiros da nova American, no Brasil. Respício, da UFRJ, e Lucio, da Alvarez & Marsal, afirmam que a negociação reforça a tendência de a TAM, após a fusão com a LAN, aderir à aliança global Oneworld, a mesma da LAN e da American. A América Latina é o maior mercado internacional da nova American, com operações em 80 destinos. A operação latino-americana supera a Ásia-Pacífico (5 destinos) e a Europa e Oriente Médio (21 destinos). Só fica atrás dos Estados Unidos e Canadá (230 destinos). No Brasil, somente a American opera 111 voos por semana entre o Brasil e os Estados Unidos, a maior operação de uma companhia aérea estrangeira no país. A US Airways opera um voo diário entre o Rio de Janeiro e Charlotte, na Carolina do Norte. A partir de 6 de maio, a US Airways vai dobrar a sua operação no Brasil, com mais sete voos por semana entre São Paulo e Charlotte. Torn, da American, diz que aguarda a aprovação das autoridades brasileiras e americanas para dois novos destinos: Curitiba e Porto Alegre. Atualmente, a empresa opera em sete capitais. Segundo ele, a US Airways também tem interesse em novos voos no país a partir de Charlotte

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