sábado, 8 de dezembro de 2012

ARTIGO EVIDENCIA INCOMPETÊNCIA NA AVIAÇÃO DO PAÍS

Percy Rodrigues,um dos poucos que no país entendem de aviação,escreveu no Jornal de Turismo de quinta-feira passada,sob o título "Crise sem solução", um texto que resume e evidencia porque a industria de transportes aéreos do país ainda não conseguiu encontrar a formula para sobreviver. Ele fez questão de assinalar inicialmente que "após um longo e tenebroso inverno, quando não se falou em aviação comercial brasileira nas reuniões do Conselho de Turismo da Confederação Nacional de Comércio, Serviços e Turismo" ,no dia anterior, 05/12, o Conselho se reuniu para voltar a discutir o assunto "num momento bastante oportuno em razão da grave crise por que passa o setor". Mas, como tem acontecido no passado, aos tempos de Osvaldo Trigueiros presidente, sem nada resolver,acrescenta este redator. De fato ,escreve Percy,"O palestrante foi Eduardo Sanovicz, presidente da recém criada Abear- Associação Brasileira das Empresas Aéreas, que nunca trabalhou para empresas aéreas antes, mas é pessoa profundamente ligada ao turismo, tendo sido Ministro do Turismo. Sanovicz fez apresentação acadêmica do setor, citando cenários antes e depois do ano 2002, mostrando amplo quadro de estatísticas, com indicadores econômicos e dados estatísticos da indústria, citando as variações ocorridas durante o período, com total ênfase no mercado doméstico. Não citou as variações negativas ocorridas no transporte internacional, onde, a nosso ver, se registram as maiores perdas depois do fechamento da Varig. Por isso, citou a variação cambial como um dos agravantes do custo doméstico, mas não considerou que, nas vendas internacionais, a variação cambial atua como hedge para compensar os custos totais da operação das empresas. Sanovicz demonstrou preocupações com a economia do setor, mas não apresentou sugestões convincentes para solução dos graves problemas imediatos (..) não mostrou nem citou os resultados das empresas para este ano, cujas previsões somente das líderes – Tam e Gol – chegarão a três bilhões de reais nos últimos dois anos.Por tudo isso, ficou um vazio na cabeça dos conselheiros presentes, que esperam, no futuro, a presença de novos debatedores do setor que possam apresentar melhores soluções para o grave problema pois, como declarou o conselheiro Gerard Bourgeaiseau: “Um país continental e sexta economia do planeta não deve prescindir de ter sua própria empresa no cenário internacional”. Gerard se referiu em particular à perda da Varig no começo deste século,e aos sucessivos acontecimentos que empobreceram a indústria,quais a Tam que agora é chilena ,a Webjet absorvida pela Gol e ,por US$ 100 milhões,a cessão feita à Delta pela mesma Gol de uma cadeira em seu Conselho de Administração,enquanto a Azul avançava com a Trip até 14% de participação no mercado doméstico, no qual a multinacional Avianca ocupa um share de 5%. Ele concluiu afirmando: "A Geopolítica do Brasil no cenário mundial requer ter uma forte empresa aérea atuando no cenário Nacional e Internacional sem que seja necessariamente uma empresa estatal". "Ainda, na reunião de ontem - escreveu Percy -ouvimos uma interessante intervenção do conselheiro Cláudio Magnavita, que registrou a perda da última empresa carioca, com o fechamento intempestivo da Webjet, vítima de recente aquisição pela Gol, demitindo 850 funcionários às vésperas das festas natalinas, impactando inclusive a economia da cidade. Sanovicz, em resposta, considerou-se incompetente para falar do assunto, “Foi uma decisão “individual” de uma das associadas”, afirmou o presidente da Abear". Observação do redator: nunca um presidente de associação criada para cuidar das empresas aéreas nacionais evidenciou tão claramente a sua incompetência em matéria. Mas voltando à colocação de Magnavita, Percy Rodrigues observa, que ela " nos remete a outros fechamentos de empresas cariocas, a saber, a Panair do Brasil, na década de 1960, da Cruzeiro do Sul, em 1990, da Rio Sul, em 2002, e, por que não citar, a Varig em 2006, pois esta empresa, embora de origem gaúcha, era carioca por adoção. Constatamos, assim, que as empresas cariocas são mais sensíveis à forma inconseqüente como estão sendo administrados por esse governo os destinos da aviação comercial brasileira",conclui o autor do artigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário