domingo, 7 de outubro de 2012

PRESIDENTE DA TAM RECONHECE QUE A EMPRESA ESTÁ EM CRISE

Marco Antonio Bologna,presidente da Tam, deu uma entrevista que saiu na edição de hoje do jornal "O Globo".Nela pouco fala de novo e de concreto, pois apenas adianta projetos de voos para Orlando e para Montevideu, que obviamente não resolverão os problemas criados pelo prejuízo que a sua empresa registrou no segundo semestre e por aquele que está para ser anunciado.Foram 921 milhões de prejuízo, que chegaram a preocupar até as altas esferas do governo, que tradicionalmente pouco participam dos problemas que são enfrentados pelas empresas aéreas do país. De novo haveria a abertura da rota Rio/Madri, ignorando que a Espanha tem grande número de voos operados por outras empresas,e mais frequências para Nova York, onde a Tam está atualmente presente com apenas seis voos por semana.A possibilidade de obter rentabilidade dessa rota, com a competição agora existente parece duvidosa: talvez por isso nas afirmações de Bologna tudo está no condicional. Há duas admissões indiretas realmente preocupantes : a primeira se refere ao fato que as perdas da Tam no segundo semestre foram totalmente causadas por suas operações domésticas e até absorveram 7 milhões da rentabilidade operacional das rotas internacionais; a segunda que,tendo a Tam decidido cortar voos para o Norte e Nordeste, esse fato implicará também a demissão de tripulantes.Na conjuntura, à "volta ao azul" dependerá do resultado da "luta" que está sendo realizada na empresa para que ela ocorra "no ano que vem". Suas considerações sobre o impacto negativo do preço do petróleo vendido às empresas aéreas do país com uma carga de 20% a mais de ICMS,são antigas, e demonstram o pouco apreço do governo pela finanças das empresas aéreas, mas deveriam ser complementadas por mais um apelo direto para a sua abolição.Quanto à consideração sobre o atual câmbio dólar/real que,segundo ele, em 2010 havia sido previsto em volta de R$ 1,50 e se encontra em R$ 2,00, além de incorreta justifica apenas em parte as perdas sofridas. Para finalizar, merece destaque que Bologna não comentou os aspectos financeiros da fusão com a Lan, talvez devido ao fato que deveria admitir que a Tam encontrou na Latam sua talvez única tabua de salvação.Por isso a Anac facilitou a aprovação, apesar da predominância chilena.

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