quinta-feira, 15 de novembro de 2012

FÉRIAS FORÇADAS NA TURQUIA

A Turquia está na moda.Dizem que as férias em Istambul e redondezas são inesquecíveis. Mas não para os cães e os gatos,devido às persecuções que os ameaçam,conforme pode ser lido num artigo de Andrew Finkel sob o título "Live and let live",publicado na edição europeia do New York Times. Nele o autor confessa que não ama cães e gatos,mas que ao saber que a Turquia estava publicando um edital que com umas "férias forçadas" provocaria a matança de 150.000 cães e gatos, seu pensamento poderá mudar.Ele conta que onde mora, em Istambul, está cheio deles,que circulam livremente pelas ruas e acompanham carinhosamente os moradores,levando "a decent life".Há quem providencia a comida e cuida da saúde desse animais, mas há quem não aprecia o mote "viva e deixe viver": é advogado e chefe da Animal Rights Federation e decidiu lançar uma campanha para que acabe o excesso de liberdade concedido aos cães e aos gatos. No começo do ano teve uma reunião de duas horas com o Primeiro ministro,reclamando para que fossem aprovadas leis mais duras (stiffer laws).E conseguiu que no verão passado o ministério do Meio Ambiente e da Silvicultura elaborasse um projeto de lei que prevê "tirar os animais das ruas e leva-los para parques onde vivem animais selvagens".A proposta lembrou a "catástrofe" de 1910,quando milhares de cachorros foram deportados numa pequena ilha próxima de Istambul, de onde seus uivos arrepiantes eram levados pelo vento aos ouvidos dos moradores da cidade.Assim, a lembrança motivou desfiles de protesto pelas ruas de Ancara e o projeto foi sustado, mas o autor do texto não exclui que em breve poderá haver outro da mesma natureza.Nesse caso, para o sucesso de novo protesto, deveria ser lembrado que nos meados de 1860 ocorreu algo parecido,com a feliz intervenção de Mark Twain, que escreveu : "Houve um sultão que quis a matança de todos os cachorros e começou a executar seu projeto - mas a população reagiu com um uivo de horror tão violento que o massacre foi suspenso".Possam esses uivos continuar o bastante,conclui o jornalista.

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