sábado, 14 de julho de 2012

O" BRASIL DEPOIS DO CARNAVAL",NUM ARTIGO DO FINANCIAL TIMES

Num longo e documentado texto, o correspondente em São Paulo do prestigioso diário inglês "Financial Times", Joe Leahy, tem resumido a conjuntura econômica do país sob o título "Brazil:after the carnival".O artigo, publicado na edição de segunda-feira passada, faz uma documentada analise das mudanças que estão se verificando após a euforia dos últimos anos e levanta a pergunta se o país deverá, a partir de agora, modificar a sua política econômica e adotar um modelo "state-led",com o governo na liderança. O texto,bastante crítico, reporta que depois do sucesso alcançado às custas da exportação de commodities, quais a soja e o minério de ferro, o Brasil deverá crescer este ano apenas 2%, pois apesar de "uma serie infinita" de medidas de estimulo, a sua indústria ficou "globally uncompetitive".Somente os consumos continuam elevados, mas já há sinais de enfraquecimento.E,apesar dos investimentos, à fraqueza da infraestrutura e da educação tem impedido ao país de realizar seu real potencial de crescimento. Depois de uma década de avanços, os "policy makers" nacionais "se encontram atualmente frente à necessidade de repensar qual deverá ser a direção estratégica do país", escreve, e às alterações necessárias para evitar a decadência, após o "Lula model",que para manter o país na direção certa favoreceu o crescimento da classe média. Entre elas, há urgência de medidas para ter mais investimentos; para reduzir o peso dos impostos; para que seja resolvido o problema da falta de "savings" tanto governamentais como individuais; para compensar a redução da entrada de moedas fortes (antes favorecida pelas altas taxas de juros);para superar os problemas decorrentes do baixo índice de educação,que numa década tem permitido ao Brasil apenas um aumento de produtividade de 1,5% ao ano ,contra a média de 4% alcançada pela China;para atenuar a atual falta de profissionais de gabarito, que aflige as maiores indústrias; para manter elevados os investimentos estrangeiros, em troca de "adequate returns" : elas representam alguns dos pontos chaves necessários para evitar que o crescimento do Brasil volte a depender somente das iniciativas governamentais. O jornalista, nas primeiras frases de seu artigo havia citado a vinda do jogador de futebol chines,Chen Zhizhao, para integrar a equipe do Corinthians paulista, como exemplo da iniciativa privada para o desenvolvimento de relações bilaterais.Mas nas frases finais,depois de ter apresentado as falhas aqui existentes,ele volta ao assunto e evidencia sua descrença na continuidade do entendimento, afirmando que "as diferenças que Chen tem descoberto entre o Brasil e a China explicam porque a America do Sul will not be another Asia anytime soon, e conclui com esta frase:"In China not much people are interested in football.The children are studying too much".

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