quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

NOVOS CAPITAIS NÃO ELIMINAM DÚVIDAS SOBRE O FUTURO DA ALITALIA

A Alitalia conseguiu realizar nova capitalização:são 300 milhões de euros, que para serem recebidos exigiram longas semanas de contatos e bastante pressão do governo, que acabou participando indiretamente com a vultosa subscrição( 75 milhões de euros)feita pelas Poste Italiane,a empresa estatal que monopoliza o correio no país.Mas a aérea não resolveu seus problemas,que consistem basicamente na necessidade de dispor de uma frota maior,que lhe permita operar mais voos inter-continentais,que são os mais lucrativos, e a necessidade de ter um sócio que também opere rotas internacionais.No momento para reduzir os custos a empresa precisa demitir quase o 20% de seus 14 mil funcionários e tem outras tarefas difíceis para poder contar sobre um futuro melhor,pois lhe faltam os capitais para encomendar novos aviões, não conta mais na possibilidade de associação com a empresa árabe Etihad e deverá lutar com os sindicatos para demitir cerca de 2.600 funcionários.Por tudo isso a impressão geral é que no primeiro trimestre de 2014,se nada de novo tiver ocorrido,tudo estará como estava antes da atual capitalização,faltando novamente à empresa euros,aeronaves e apoio de novos investidores.Parece que a imagem da Alitalia continua ligada ao governo e que por ser considerada empresa de bandeira sempre se espera que conseguirá os financiamentos fáceis do passado.Mas a União Europeia proíbe esse tipo de ligação e, aliás,pretende que a aérea devolva ao governo o dinheiro que,em 2008 na administração de Berlusconi,a salvou da falência.Entretanto duas low~fares, a Ryanair e a Easyjet estão de olhos nas rotas da Alitalia,após terem crescido no mercado italiano graças a seu serviços baratos e eficientes.Assim,enquanto entre 2009 e 2012 a empresa italiana perdeu mais de 1 bilhão e, desde 2004 reduziu a sua oferta de assentos de 24,5 milhões para 19,5 milhões, a Easyjet cresceu na península com a oferta de 9,2 milhões de assentos (contra 0,8 milhão em 2004) e a Ryanair passou de 4,4 milhões para nada menos de 19 milhões.Esses dados indicam a existência na Alitalia de problemas estruturais e administrativos,cuja eliminação é urgente e importante tanto quanto a disponibilidade de capitais para que possa crescer e competir naquele que, apesar de sua crise econômica, é considerado o quarto mais importante mercado aéreo da Europa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário