terça-feira, 16 de abril de 2013

ECONOMIA DE COMBUSTÍVEL DA GOL GERA PREOCUPAÇÃO

No relatório de 2012 da Gol o elevado custo do combustível é citado como a causa principal de seu prejuízo operacional e por isso, visando reduzir seu consumo em seus 950 voos, a empresa decidiu premiar pilotos e copilotos que atuem utilizando rotas mais curtas e recorram com maior frequências a manobras que incluem as de descida e de subida ao longo dos voos, economizando assim o consumo . Sabe-se que o uso do reverso –, equipamento que ajuda o avião a frear –, por exemplo, apesar de ser opcional em determinadas pistas mais longas, é “obrigatória nas pistas curtas, também chamadas de pistas críticas”, segundo informou o comandante Carlos Camacho, diretor de Segurança de Voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). Todavia, o não acionamento do reverso é uma das medidas recomendadas pela Gol para contribuir com a redução do gasto de combustível.De sua parte, o tenente-brigadeiro-do-ar, Mauro Gandra, –ex-ministro da Aeronáutica –, afirma que a medida mais arriscada entre as descritas no informe da Gol seria o não acionamento do reverso. “Quando você tem uma pista mais curta, por exemplo, como a do aeroporto de Congonhas, dificilmente um piloto vai deixar de usar o reverso se precisar dele. Além dessas "tecnicalidades" ,para Camacho o fator que mais preocupa a classe é a oferta de bonus aos pilotos, pois “ "geraria uma espécie de competição e aí poderia sim haver o risco, em função do programa de remuneração do fim do ano". Mas se o bonus fosse coletivo, não individualizado,diminuiria a preocupação do Sindicato, pois cessaria a competição entre tripulantes para alcançar as maiores reduções de consumos. Segundo o comunicado da Gol, a meta é obter uma economia de 700 toneladas mensais de combustível por um valor mensal aproximado de R$ 1,9 milhão,do qual R$ 820 mil seriam distribuidos como prémio entre os tripulantes.Esses dados teriam sido detectado pela empresa analisando 280 mil voos, à procura de formulas de voo mais economicas e eficientes. A bonificação aos tripulantes será concedida numa base semestral,de acordo com as metas alcançadas mensalmente no período. A Gol excluiu formalmente que essa economia poderia causar riscos ou prejuízo aos serviços da companhia,pois seus procedimentos visam "a segurança de voo, o conforto de seus clientes e que estejam de acordo com a legislação vigente". Em relação ao peso do combustível nos custos da Gol em 2012,segundo a empresa seu preço por litro consumido subiu 18% acima do índice de 2011, respondendo por 43% do custo total. Seu valor totalizou R$ 3,742 bilhões,com um aumento de 22,3% na comparação com 2011, tendo um acrescimo de R$ 680 milhões que representou cerca de 95% do prejuízo do ano passado.

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