MUDANÇAS NA ESTRUTURA DA GOL NÃO CONVENCEM O MERCADO

A Gol Linhas Aéreas anunciou nesta segunda-feira uma nova estrutura organizacional, com o objetivo de fortalecer a gestão, governança e planejamento da empresa,segundo comunicado à imprensa. Como parte da nova estrutura, o Comandante Sérgio Quito assumirá o cargo de diretor executivo de operações a partir de 1º de fevereiro, no lugar de Adalberto Bogsan, que entregou pedido de renúncia na semana passada. A empresa também irá criar a Diretoria executiva de vendas e marketing, que terá a chefia de Eduardo Bernardes, e a Diretoria executiva de planejamento, que será liderada por Celso Ferrer. Além disso, a Gol informou que a Diretoria de Relações Institucionais, sob a liderança de Alberto Fajerman, incorporará as áreas de Comunicação Corporativa, Alianças e Sustentabilidade.Em seus comentários, os jornais "O Estado de S.Paulo" e o "Correio Brasiliense" escrevem: "No entanto, as medidas não empolgaram os investidores : as ações da companhia negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) tiveram queda de 2,05%, para R$ 10,50, num dia em que o índice da Bovespa caiu 0,96%.O acontecido é assim interpretado pelos analistas: “Essa queda reflete a falta de confiança do mercado na companhia, que vem registrando resultados financeiros muito ruins e pouco tem feito no sentido de melhorar a gestão”, explicou o economista Felipe Chad, diretor da DX Investimentos. A mesma opinião é compartilhada pelo especialista em aviação, Olavo Henrique Furtado, coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios. “Apesar da expectativa de aumento da oferta com os eventos esportivos, a situação do setor de aviação não anda muito boa porque há muitos problemas de gestão. As companhias aéreas brasileiras não souberam se planejar após a crise de 2008. Aproveitaram o aumento do número de passageiros, mas não fizeram planejamentos de longo prazo e, agora, sofrem as consequências”, enquanto a falta de uma fiscalização mais rígida do governo, voltada para uma melhor prestação de serviços ao consumidor, tem contribuído para o notório aumento de clientes insatisfeitos. Gol e Tam ,com 75,2% do mercado doméstico,encabeçam as listas de reclamações dos usuários nos aeroportos brasileiros". De janeiro a setembro do ano passado, a Gol acumulou perdas de pouco mais de R$ 700 milhões e a má gestão apontada pelos especialistas tem reflexos no exterior, onde as ações que a empresa lançou há dez anos na bolsa de Nova York, a US$ 19 no primeiro dia de negociação, hoje valem apenas US$ 4,5 : ontem, despencaram 2,5%.